Resenha crítica do livro "A oração eficaz pelos perdidos".

“A oração eficaz pelos perdidos” é um livro que traz sete breves capítulos que, de modo geral, apontam para a eficácia da oração intercessória.
No primeiro capítulo – Compreendendo a necessidade –, o autor expõe os motivos pelos quais se deve orar de modo metódico pelos perdidos. Assim, Lee E. Thomas assevera que os perdidos encontram-se em difícil situação, assim considerados em face do que mostra o texto sagrado quando diz que “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus." (II Co 4 : 4).
Diz o autor que “falar do evangelho com aqueles por quem ninguém orou é como encorajar um cego a observar o pôr-do-sol junto com você”. Chega a insistir o autor quando afirma que “tentar compartilhar o evangelho com alguém nessa condição [perdido] pode até fazer mais mal do que bem”. Contudo, o autor exorta que cada vida tem valor inestimável e desistir não deve ser a postura de qualquer crente.
A base bíblica é o tema do segundo capítulo. A intenção é mostrar que orar eficazmente significa apresentar a Deus as fortes razões pelas quais nossas orações devem ser respondidas. Estas razões são sempre baseadas na Bíblia. O autor apresenta então como razões: o amor pelos perdidos (condição sine qua non para o intercessor); a fé, que é, em essência, a mola-mestra do cristianismo; e o poder da oração, que a Bíblia exalta nas palavras de Tiago: “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. (5:16b).
Segundo o autor, Deus sempre vê com bons olhos aquele que se coloca como intercessor e quando isso não acontece há reprovação por parte dEle. Para Lee, o exemplo de Jesus encerra a questão, pois “[Ele] intercedeu pelos transgressores." (Isaías 53 : 12f). Se Cristo, o sumo-sacerdote oficiou, devemos também, supõe o autor, caminhar pela senda da intercessão, que é sinônimo de sacerdócio.
Orar através de pedidos específicos e ordenados também dá caráter de eficácia na oração pelos não-salvos, conforme discorre o autor no quarto capítulo. Lee E. Thomas enumera assim os pedidos específicos: primeiro, deve-se pedir que o Senhor santifique o perdido; depois, suplicar a Deus que o abençoe; o terceiro passo é pedir que Deus o convença de sua real situação; pedir ao Senhor que ilumine a mente da pessoa vem em seguida e, finalmente, rogar ao Pai que o salve. Assim, a receita do autor é apresentada como um método a ser seguido pelos crentes em toda a terra.
Um dos aspectos mais importantes no que se refere à oração pelos não-alcançados pela Graça é a batalha espiritual. O capítulo quinto aborda este importante tema. Ao longo do capítulo, o autor sustenta que os perdidos são “prisioneiros que Satanás se recusa a libertar”. O autor é veemente quando diz que “nenhuma pessoa perdida será jamais capaz de ser salva a menos que alguém a liberte das influências demoníacas que a controlam”. Também aqui o autor relaciona aspectos relevantes nessa batalha, a saber: as armas espirituais. Uma delas é o sangue de Cristo, pois esta arma declara que Satanás não tem qualquer direito sobre quem quer que seja. O nome de Jesus é, por si só, outra poderosa arma para destruir as fortalezas do inimigo. A palavra de Deus, o jejum e o amor completam a lista do poder bélico do crente.
Já caminhando para o fim da obra, o autor apresenta alguns testemunhos pessoais colhidos em suas andanças na vida ministerial. É o sexto capítulo. Em um desses testemunhos, Lee conta a história de Tony Fortenot que fora salvo em Cristo após um grave acidente aéreo, uma resposta das orações de sua família, particularmente de sua mãe.
No encerramento do livro no capítulo sete, o autor exorta a todos quantos tomarem conhecimento do texto a praticarem aquilo que foi detalhadamente exposto. O autor é tão seguro sobre os resultados na aplicação de sua tese, que deixa seu contato nos Estados Unidos para eventuais testemunhos advindos da “oração eficaz pelos perdidos”.
Crítica
É bom estar de pé para aplaudir o excelente livro do Professor Lee E. Thomas. Com uma abordagem bastante original, o autor leva-nos, de modo encorajador, a orar por aqueles que desejamos ver salvos pelo evangelho.
Uma característica singular do livro é seu caráter global. Global aqui encerra a ideia de alcance geral, seja qual for a cultura, o contexto e, sobretudo, a faixa etária do leitor. Como não poderia deixar de ser, o compêndio sobre oração intercessora tem seu suporte nas Sagradas Escrituras. É digno de registro também que, não obstante a linguagem simples, o autor sustenta suas ideias a partir de textos de teóricos de renome como Lewis Chafer, Charles Finney e Charles Spurgeon, entre outros.
A brevidade do livro – 72 páginas – pode ser entendida como uma tentativa do autor e da editora de popularizar tão nobre conteúdo.
A articulação textual convence até o mais relapso cristão de que há esperança para aquele que, a olhos nus, se encontra inevitavelmente perdido. Na verdade, o livro exorta-nos a confiar que uma oração perseverante e pautada na Palavra pode muito em seus efeitos.
O modo sistemático e notadamente didático pelo qual caminham as argumentações de Lee E. Thomas ensina que há uma necessidade de orar pelos perdidos face às circunstâncias em que eles se encontram.
Uma das partes mais interessantes é a que enumera os fatores pessoais que devem levar o crente a tornar-se um intercessor em potencial. De igual modo, pode-se dizer que é bastante rico o trecho em que o autor ordena os pedidos específicos que devem nortear a oração do que anseia ver este ou aquele salvo em Cristo. A receita parece simples, mas é bastante substancial.
Urge registrar ainda que a cada proposição o autor consubstancia seus argumentos com fatos cujos resultados foram profícuos através do passo-a-passo apresentado.
É deveras nobre a proposta do autor e tal é a certeza de que sua obra é, de fato, um instrumento eficaz sobre oração intercessória, que ele mesmo dispõe seus contatos para testemunhos que certamente virão.
Levando-se em consideração que a edição do livro se dá por uma organização missionária que consegue publicá-lo por simples R$ 5,00, é relevante a contribuição e inestimável o valor que tem a grandiosa obra de Lee E. Thomas.
A conclusão que temos surge de uma certeza: é impossível “sair” desse livro do mesmo modo que nele “entramos”. Poucas vezes se viu alguém fomentar a oração de modo tão convincente, apaixonante e, pasme, constrangedor como nesse tomo de Lee E. Thomas.
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